O projeto ” Museologia do indizível: registro e valorização de referências da homossexualidade no Brasil (1890 – 2000) ” , visa estabelecer um olhar crítico para as instituições de memória que atuam com questões da memória LGBTI+, partindo da análise das classificações da homossexualidade encontradas em documentos produzidos entre 1890 e 2000. Sendo assim, alguns dos objetivos é o de mapear instituições e indivíduos que guardem esta memória, coleta de testemunhos orais da memória homossexual que não estão nas narrativas museais no Brasil e divulgar por meio da musealização as narrativas indizíveis da sexualidade no Brasil.
O projeto ” Musealização e Descolonização: Observando a mudança social a partir da axiologia museal” , tem como foco analisar os processos de musealização e os objetos de museu (musealia) que envolvem sociedades ou grupos perpassados pelo processo de descolonização. Tem como ações: Observação de casos empíricos dos processos de musealização que testemunham mudanças nos regimes de valores; Mapeamento dos atores autorizados a arbitrar nos processos de musealização em instituições comprometidas com a participação de grupos sociais; Identificação dos critérios de musealização a partir da observação etnográfica das diferentes esferas sociais e a análise documental das políticas de aquisição; Observação dos grupos envolvidos na musealização e em que medida os seus valores são considerados e assimilados pelas instituições.
O Projeto de Pesquisa ” Mapeamento da musealização de objetos da cultura afro-brasileira nos museus do Rio de Janeiro ” tem por objetivo desenvolver um mapeamento dos processos de musealização de objetos da cultura afro-brasileira salvaguardados em museus sediados no Estado do Rio de Janeiro e analisar os enunciados culturais produzidos por esses museus. A análise da cadeia operatória da musealização se divide em dois momentos: (a) o mapeamento e a identificação de coleções e acervos contendo objetos da cultura afro-brasileira no Rio de Janeiro, considerando os dados textuais e os registros documentais disponíveis sobre eles; (b) a análise etnográfica de casos de estudo específicos visando compreender os enunciados raciais construídos pelos museus investigados. Consideramos que a presença dessas coleções no patrimônio nacional continua a atuar sobre a sensibilidade de grupos e indivíduos em suas identidades raciais e religiosas, o que leva à contestação, na esfera pública, das narrativas construídas pela musealização. Com base na análise comparativa de estudos de caso específicos, este projeto busca discutir a problemática da musealização da cultura material afro-brasileira no contexto do Rio de Janeiro em uma análise etnomuseológica, demonstrando como os regimes museais são tensionados em função dos processos históricos de empréstimos, deslocamentos e reinscrição dos objetos que compõem o patrimônio nacional.
O projeto “Horizontes da participação dos públicos nos museus: itinerários e encruzilhadas da comunicação, criação e representação ” pretende compreender como ao longo das últimas décadas, vem sendo reconhecida a potência transformadora e criativa de abandonar-se a assunção do público apenas como receptor passivo de ações dos museus, sendo admitido e valorizado o exercício de seu protagonismo em processos decisórios, (auto)representativos e definidores de agendas institucionais e políticas relacionadas. Isto significa um reposicionamento da autoridade exclusiva e irrestrita do museu e disposições, em diferentes níveis e esferas, para o compartilhamento do poder de voz e criação junto a diferentes públicos. Tal virada não se constitui de modo uniforme, estável, sem contradições ou controvérsias. A pesquisa visa identificar e analisar os horizontes, itinerários e encruzilhadas – isto é, pressupostos teóricos e práticos, instrumentos, metodologias, complexidades e contradições – de realidades empíricas vividas e/ou a que museus contemporâneos têm recorrido, com vista à promoção e efetivação de diferentes disposições, níveis e esferas de participação dos públicos junto a esses espaços. Para tanto, lança um olhar mais atento às mediações produzidas em torno de iniciativas voltadas à comunicação nos museus, em especial às exposições, entendendo-se que essas materializam, atualizam e (res)significam criações e representações engendradas nas relações e interfaces entre diferentes culturas.